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Prática

Fotografia de céu profundo com a DSLR

Uma câmara reflex monobjetiva digital permite fotografar nebulosas pouco luminosas. Mas a técnica é decisiva.

Imagem da Nebulosa da América do Norte (NGC 7000). Imagem constituída por 16 fotografias com um tempo de exposição individual de 450 segundos (ISO 800; tempo de exposição total: 120 minutos). Captadas por uma DSLR full-frame modificada para Hα do tipo Canon 6D num refrator Apo, com uma distância focal de 530 mm e uma abertura de 106 mm. Editadas no DeepSkyStacker e Photoshop; foram adicionados “Spikes” apenas por uma questão estética. U. Dittler Imagem da Nebulosa da América do Norte (NGC 7000). Imagem constituída por 16 fotografias com um tempo de exposição individual de 450 segundos (ISO 800; tempo de exposição total: 120 minutos). Captadas por uma DSLR full-frame modificada para Hα do tipo Canon 6D num refrator Apo, com uma distância focal de 530 mm e uma abertura de 106 mm. Editadas no DeepSkyStacker e Photoshop; foram adicionados “Spikes” apenas por uma questão estética. U. Dittler

Basta uma câmara reflex monobjetiva digital para fotografar nebulosas expandidas e pouco luminosas

Para muitos astrónomos amadores, a fotografia de céu profundo é o pináculo da astrofotografia: esta modalidade confere visibilidade a estruturas e objetos que, de outra forma, seriam inacessíveis ao olho humano, quer por serem pouco luminosos, quer por irradiarem uma luz que não nos é suficientemente percetível. Para a iniciação na fotografia de céu profundo, basta uma câmara reflex monobjetiva digital (DSLR).

Com a ajuda de um adaptador para câmara T2, as câmaras reflex monobjetivas digitais são diretamente enroscadas no focador do telescópio. Em alternativa pode-se usar também uma conexão de encaixe de 2 polegadas. Para um seguimento constante da combinação entre telescópio e câmara durante o longo tempo de exposição, é necessária uma montagem equatorial. U. Dittler Com a ajuda de um adaptador para câmara T2, as câmaras reflex monobjetivas digitais são diretamente enroscadas no focador do telescópio. Em alternativa pode-se usar também uma conexão de encaixe de 2 polegadas. Para um seguimento constante da combinação entre telescópio e câmara durante o longo tempo de exposição, é necessária uma montagem equatorial. U. Dittler

Além da DSLR, que permite longos tempos de exposição, a iniciação à fotografia de céu profundo exige ainda um telescópio, ao qual a câmara pode ser adaptada (a distância focal não é tão relevante nos primeiros tempos), e uma montagem equatorial com seguimento motorizado. Para se conseguir controlar os tempos de exposição da câmara, por norma basta apenas um disparador remoto (programável) na fase de iniciação. Em alternativa pode-se utilizar o software fornecido em conjunto com a DSLR para controlar a câmara na astrofotografia de céu profundo. Ao passo que um Notebook, no qual é utilizado o software para o comando da câmara, requer alimentação elétrica, um disparador remoto ou de série (com as suas pilhas) funciona de forma autónoma e exige significativamente menos atenção, manutenção e cuidados.

A intensidade luminosa é importante

Na fotografia de céu profundo, a DSLR deveria ser montada no telescópio com a ajuda do respetivo adaptador (focal). Os telescópios com uma distância focal relativamente curta de apenas 300 mm, 400 mm ou 500 mm são perfeitamente adequados quando o foco inicial está na fotografia de objetos relativamente extensos, tais como a galáxia de Andrómeda (Messier 31), a Nebulosa de Oríon (Messier 42), a Nebulosa da América do Norte (NGC 7000), a Nebulosa Roseta (NGC 2244) ou o enxame globular de Hércules (Messier 13).

Mais importante do que a distância focal para a fotografia de céu profundo é a intensidade luminosa e, com isto, a abertura do telescópio, uma vez que ambos determinam a resolução das estruturas fotografadas e o tempo de exposição. Nos últimos anos, a astrofotografia tem-se caracterizado pela tendência de utilizar telescópios (astrógrafos) otimizados para fotografia e de elevada intensidade luminosa, mas com uma distância focal relativamente curta de até 1000 mm. Este tipo de telescópios é igualmente indicado para fotografar, por exemplo, nebulosas de emissão através de diferentes filtros (de banda estreita).

Imagem do aglomerado estelar Plêiades. Imagem constituída por 12 fotografias com um tempo de exposição individual de 300 segundos (ISO 1600; tempo de exposição total: 60 minutos). Mais dados como indicado na Fig. 1. U. Dittler Imagem do aglomerado estelar Plêiades. Imagem constituída por 12 fotografias com um tempo de exposição individual de 300 segundos (ISO 1600; tempo de exposição total: 60 minutos). Mais dados como indicado na Fig. 1. U. Dittler

Seguimento preciso

Na fotografia de céu profundo, a câmara e o telescópio têm de ser sustentados por uma montagem equatorial estável para seguirem o percurso das estrelas. Em nenhuma outra modalidade da astrofotografia são colocadas exigências tão elevadas em termos de precisão da instalação e alinhamento da montagem como na fotografia de céu profundo e os seus longos tempos de exposição. Igualmente altas são as exigências colocadas à precisão do seguimento: para evitar frustrações, os principiantes devem ponderar utilizar a autoguiagem (num tubo guia ou num guia fora do eixo).

Ao preparar a próxima noite astrofotográfica, a sequência dos objetos a fotografar deve ser definida com base nas respetivas horas do nascer e do pôr do sol para garantir que todos os objetos são fotografados quando estiverem o mais alto possível acima do horizonte.

Imagem da Nebulosa Califórnia (NGC 1499). Imagem constituída por 12 fotografias com um tempo de exposição individual de 300 segundos (ISO 2400; tempo de exposição total: 60 minutos). Mais dados como indicado na Fig. 1. U. Dittler Imagem da Nebulosa Califórnia (NGC 1499). Imagem constituída por 12 fotografias com um tempo de exposição individual de 300 segundos (ISO 2400; tempo de exposição total: 60 minutos). Mais dados como indicado na Fig. 1. U. Dittler

Várias imagens individuais combinadas

O local de captação é decisivo para o sucesso da fotografia de céu profundo: um local de observação escuro com ar seco acima do telescópio é o local ideal, pelo qual alguns astrofotógrafos estão dispostos a percorrer longas distâncias. No espaço linguístico alemão podem ser facilmente encontrados locais escuros, os quais oferecem condições de observação claramente melhores do que o jardim da frente ou o quintal da nossa casa. Também nas cidades é possível fotografar objetos de céu profundo — os filtros de banda estreita ou lineares podem tornar visíveis objetos há muito invisíveis ao olho humano devido à poluição luminosa gerada pela civilização.

As impressionantes fotografias de céu profundo, com os seus longos tempos de exposição, são produzidas em regra pela junção de várias imagens individuais com tempos de exposição mais curtos. Ao selecionar os valores de ISO da câmara deve-se garantir que não há interferências devido ao ruído do chip. Consoante a câmara, os valores podem situar-se entre ISO 800 e ISO 6400. Com a ajuda do temporizador é criada uma série de fotografias constituída por 4 a 20 imagens individuais com tempos de exposição de apenas alguns minutos. A vista do histograma indica, de forma simplificada, as áreas da imagem que estão demasiado expostas ou subexpostas. As imagens individuais são depois sobrepostas em programas como o DeepSkyStacker e finalizadas no Photoshop.

Uma vez que a fotografia de céu profundo envolve frequentemente tempos de exposição de várias horas, deve levar sempre consigo binóculos para poder “passear” pelo céu estrelado enquanto a câmara conectada ao telescópio processa a série de exposições.

Imagem da Nebulosa Roseta (NGC 2244). Imagem constituída por 14 fotografias com um tempo de exposição individual de 300 segundos (ISO 1600; tempo de exposição total: 70 minutos). Mais dados como indicado na Fig. 1. U. Dittler Imagem da Nebulosa Roseta (NGC 2244). Imagem constituída por 14 fotografias com um tempo de exposição individual de 300 segundos (ISO 1600; tempo de exposição total: 70 minutos). Mais dados como indicado na Fig. 1. U. Dittler

Autor: Ullrich Dittler / Licença: Oculum-Verlag GmbH